quarta-feira, 17 de março de 2010

Câmara Legislativa, sob pressão, busca alternativa para a sucessão no DF


Após a cassação do mandato do governador Arruda (na prisão) pelo TRE, e diante da situação de interinidade do governo e das pressões da opinião pública e da Procuradoria Geral da República, que ameaça constantemente com pedido de Intervenção, os membros da Câmara Legislativa buscam uma alternativa em seu âmbito, votando em Comissão Especial, Projeto de Lei que estabelece a eleição indireta em casos como o que ora vivemos no Distrito Federal.

Ainda não sabemos em que circunstâncias esta eleição se daria, como quem poderia participar, por exemplo, haja vista se tratar de mandado tampão. Entretanto, a Proposição ainda precisa passar por mais duas votações para ser aprovada.

Quem sabe, não é por aí que encontraremos o caminho desta difícil travessia política em que Brasília se encontra. Entendemos que, a despeito das muitas condições que, de fato, foram proporcionadas pela politicagem da ganância e da roubalheira descarada, tudo contribuindo para uma intervenção federal em Brasília, haveremos democraticamente de encontrar outra saída que não esta, que impiedosamente coloca em risco toda uma história de lutas por autonomia política e pela expressão da cidadania em nossa cidade.

Repetimos que apesar da dimensão desta crise que envergonha a todos nós, aqueles que incentivam e apontam a intervenção como caminho, parece não muito afeitos à tolerância e ao diálogo que somente a democracia permite. Uma coisa é ouvir das pessoas comuns, cansadas que estão, principalmente das lambanças e das trocas de favores patrocinados por esta que, com certeza deve ser, a pior das composições do legislativo local; outra é a clarividência dos pressupostos que o processo democrático pode nos oferecer como solução, para o enfrentamento dos problemas e dos conflitos sociais.

Para nós, que enxergamos a democracia como valor e instrumento de transformação e do mais cristalino exercício da cidadania, não há outro caminho que não o de engendrar esforços, respeitando a legalidade, para uma solução democrática, emergencialmente conciliadora com a ética e, acima de tudo,  republicana, para a situação do governo do DF, neste momento.

Um comentário:

Roberto Martins disse...

Ainda não me convenci da não-intervenção, mas concordo com você Chico, apesar de tudo lutamos pela democracia, não é?