Abaixo um claro exemplo de uma urgente e inadiável tomada de consciência pela educação para a cidadania. Repercutindo pesquisa feita pelo IPEA, o jornalista Gilberto Dimenstein, na Folha de São Paulo de hoje (13), demonstra como a inconsciência, a falta de informações e a ausência da educação cívica enganam de modo perverso as pessoas.
É que divulga-se, há tempos, a falsa idéia de que pobre não paga impostos, ou que paga muito menos que as pessoas de classe média e os ricos. Um engano ou má-fé? Pois o estudo do IPEA, um órgão do governo federaal, desmascara tal pensamente, demonstrando que, proporcionalemente, o povo, ou o conjunto de pessoas mais pobres - a imensa maioria da popúlação - ainda é mais taxada que os outros segmentos.
Mas isso não é normalmente divulgado, e sabem por que? Para que as elites que se sucedem no poder, independentes da origem e composição social, mantenha as coisas a seu favor.
Então, amigos, cidadania, política e educação - palavras que se confundem -, sob o ponto de vista da visão cívica e republicana, não são adjetivos estranhos a nós, mas ao contrário, tais concepções, têm que estar no dia-a-dia de nossas ações. São questões básicas; tão básicas quanto os chamados elementos essenciais de nossa alimentação diária.
"Ingana" que eu gosto, por Gilberto Dimenstein
O Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA), ligado ao governo federal, divulgou estudo mostrando que os pobres pagam, proporcionalmente, mais impostos do que os ricos. A razão disso é simples: os impostos indiretos. Números: os 10% mais pobres comprometem 33% do que ganham com impostos; os 10% mais ricos, 23%.
O pobre se imagina livre da mordida porque não paga imposto de renda. Nesse caso, ricos e pobres são diariamente enganados porque não fazem a menor ideia de quanto pagam de imposto ao comprar cada produto. Basta uma simples medida educativa, simplíssima, para acabar com enganação --na hora da compra, sermos informados sobre quanto vai para manter os governos, onde, como sabemos, o desperdício é a regra.
Assim, todos os dias poderíamos sentir o peso do governo --e ficar ainda mais estimulados a cobrar melhor resultados.
Brinca-se que somos país "Ingana" --o imposto inglês com o serviço público de Gana. Medidas educativas para conscientizar sobre como pagamos nossos impostos ajudariam a ser menos enganados. E, quem sabe, ficarmos menos próximos de Gana e mais da Inglaterra.
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