Vai embora Arruda, vai!

 Apesar da extensão e gravidade da crise que protagonizou e que caminha para paralisar a cidade, principalmente por manter em seu governo um corrupto, corruptor e, portanto, um mal-feitor contumaz, o governador José Roberto Arruda, a julgar pela longa e corajosa(?) entrevista concedida ontem (02-12) ao Jornal Correio Braz iliense, não dá mostras que cederá fácil naquilo que a imensa maioria da população do DF hoje pede e espera,  seu afastamento já do governo, para que se possa apurar com desenvoltura e imparcialidade todas as denúncias e recolocar a máquina administrativa a serviço da cidadania.

E que bom que as manifestações vieram. Ontem mesmo estive presente no Ato que o chamado Movimento "Fora Arruda", que reúne estudantes, entidades sindicais e outras associações, realizado à tarde e que culminou no incidente de quebra de porta de entrada da Câmara Legislativa, - algo com o que não corroboramos -  e continua com ocupação por estudantes do Plenário da Casa.

Pelo que se sabe, hoje as manifestações de estudantes secundaristas, além da manutenção da ocupação na Câmara Legislativa, se multiplicaram pela cidade e devem continuar. De fato, pela disposição inicial das articulações, tem-se a impressão de que a tendência do Movimento é de ganhar amplitude.

De nossa parte, conclamamos a população a participar de modo organizado mas com o sentimento cívico de que, sem pressão nada vai mudar.  Os cerca de seis Requerimentos de pedidos de abertura de CPI, na própria CLDF são uma boa mostra desta disposição.

É isso aí, não podemos mais permitir a continuidade de políticos falastrões, mentirosos e traidores a se perpetrar e, muito menos querendo valer-se da passividade da população para com suas falcatruas. Esse movimento a crescer de modo apartidário e inclusivo, pode recuperar o sentido de uma participação cívica eficaz  e  não-transigente com certos delinqüentes que há anos ocupam a Casa Legislativa da cidade, bem como com outros que, sai  governo e entra governo e permanecem ali, mamando, desviando dinheiro público e delapidando o patrimônio público e desacreditando nossas instituições.

Arruda, embora cambaleante, dá sinais de resistência, mas à medida que a população se convencer de que não se trata mais de um coitadinho, e sim de alguém que tripudiou da confiança que a população do DF lhe emprestou, desrespeitando o cargo para o qual foi eleito, a pressão aumenta e logo teremos um desfecho para que, num governo provisório mediado e pactuado pelo conjunto das forças democráticas e da sociedade civil do DF, se instale e possamos retomar o curso normal da governabilidade.

Ontem o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de São Paulo, escreveu pequeno artigo com o indecoroso título de “A insignificância de Brasília”, no qual acerta e se equivoca sobre nossa realidade, pois desconsidera a importância da cidadania para as pessoas do Distrito Federal, principalmente quando assinala que, “Brasília é uma anomalia na organização geopolítica brasileira”. Se é verdade, como já dissemos, que temos uma péssima história de políticos e ou de falta de formação de lideranças decentes, isso não pode nos condenar ao ostracismo da cidadania. Ao contrário, para aqueles que como eu e acredito outros muitos que lutam pela educação política como instrumento consciente de mudanças, momentos como o dessa desastrosa crise em que nos jogaram são, no limite, uma oportunidade para testarmos a nossa capacidade de ação e reação e nosso aprendizado civilizatório.

Toda força do movimento de cidadania pelo "Fora Arruda" e "Por uma limpeza geral nesta Bolsa de Valores e Negócios em que se transformou a nossa Câmara Legislativa. Fora Arruda e todos os mensaleiros do DF!