terça-feira, 8 de setembro de 2009

Os problemas da Saúde Pública no DF


Qualquer título que se atribua à matérias sobre os recorrentes e antigos problemas da Saúde no Distrito Federal não farão a menor diferença, diante de uma situação que, se discutida com o mínimo de isenção e honestidade, originou-se, convive e poucas chances têm de melhorar efetivamente, se não se implementarem um conjunto de mudanças, que passam necessariamente por, a alocação de mais recursos, é claro, gestão eficiente, profissionais qualificados e motivados, e também, uma outra mudança que se sobrepõe a todas as outras anteriores: a mudança de hábito, que leve em conta especialmente o ser humano como paciente e sua condição de membro de uma sociedade muito desigual e diferente nas suas culturas.

Agora, representantes dos trabalhadores da saúde, anunciam e pedem apoio popular para movimento que desencadeiam há tempos, por melhores condições de trabalho e salário e, segundo dizem, para uma gestão mais eficiente e de mais qualidade.

Justas parece que são todas as reivindicações divulgadas, pois como entender um profissional da saúde com remuneração inferior a de um policial, por exemplo. Algo muito assemelhado ao injusto quadro ainda presente na questão da educação em todo o país. Todavia, importa saber: desde quando esse caos na saúde pública do DF se arrasta sem que se apresentem soluções adequadas? Ante o rigor das cobranças, será que nas gestões anteriores era menor o caos constatado? E a cerca de um ano das próximas eleições, quanto será que existe de disputa política/partidária no agravamento da situação?

Somente quem realmente frequenta os hospitais e Postos de Saúde Pública sabe o quanto é doloroso depender desse serviço. Desde a falta de leitos e equipamentos nas emergências, aos históricos problemas com profissionais pouco estimulados, diante de uma demanda que cresce ainda mais que o próprio crescimento da cidade que já é superior a média do país, face os conhecidos problemas do entorno e da influência de Brasília nas regiões e estados vizinhos.

Acho que se deveria mesmo fazer um amplo e apartidário movimento em defesa de uma saúde pública mais eficiente e mais humana em Brasília, que começasse com mais atenção dos médicos e dos demais profissionais da área com aqueles que não têm mais ninguém a quem recorrer senão às unidades públicas, no momento de um acidente, ou da constatação de um sintoma de doença grave.

E cabe ao governo do DF, particularmente à Secretaria de Saúde, apresentar ações e planos eficazes para uma gestão mais ousada e eficiente na busca de superação desse grave quadro em que se encontra o setor, desmontando esquemas e vícios antigos, mas dialogando com o máximo de tolerância com todos os setores envolvidos, sobretudo com os trabalhadores da área, tendo em mente que a saúde humana não são apenas os hospitais e postos de saúde, mas um conjunto de outros serviços e possibilidades que, se bem desenvolvidos e gestados, contribuirão significativamente para melhorar o padrão de vida e a auto-estima de milhares de seres humanos, que, muitas vezes, chegam aos hospitais apenas com sintomas de determinada doença, mas, pelos maus tratos e descaso acabam por incorporar, de fato, um mal muito maior.

Um comentário:

Ademir disse...

O quadro caótico reinante independe de quem e quando iniciou. A antiga Fundação Hospitalar do DF já sofria dos mesmos males, porém as respostas eram mais celeres que as atuais. Os problemas são de gestão, valorização de profissionais, falta de recursos financeiros? A farra de propaganda do GDF extrapola o bom senso,logo tem recursos financeiros. Salários no DF são os maiores do Brasília,logo o que parece trata-se de gestão.
O que não podemos é atribuir nossas dificuldades a brasileiros moradores em outras localidades que damandam os serviços locais. Aqui é a capital do Brasil. A saúde é universal e no DF bancada pelo governo federal.