terça-feira, 13 de abril de 2010

Uma eleição sem legitimidade

Dois meses depois de encarcerado por acusação de tentativa de obstruir provas contra as denúncias de que é alvo, o ex-governador Arruda é liberado pela justiça e agora deverá cumprir um período de reflexão(?), já que, pelo menos nesta eleição, pelo fato de estar sem filiação partidária, não poderá participar.

Enquanto isso, a Câmara Legislativa, depois que seus atuais e “valorosos” membros aprovaram as regras casuísticas que desejavam – somente poderá concorrer quem estiver filiado a partido político há pelo menos 1 ano - , prepara-se para escolher indiretamente o governador-tampão.

Seja como for, dado o arranjo sinistro que estabeleceram e devido, sobretudo, o nível de comprometimento e contaminação pelas denúncias que envolve grande parte dos deputados distritais, esta eleição já se apresenta como viciada, e o eleito pouquíssima legitimidade terá para conduzir os destinos de nossa cidade até o fim do ano.

E nesse cenário, não estamos falando por falar.  Neste fim-de-semana que passou estive participando de Conferência Política promovida por meu partido, o PPS, oportunidade em que nos foi relatado um quadro das possibilidades , diante dos nomes colocados para serem votados, e se se confirmarem as expectativas traçadas estaremos de mal a pior: ou teremos um representante do ex-governador cassado zelando por seus interesses ou, ainda mais chocante, poderemos ter a volta antecipada de Roriz, o criador, ao poder, mediante um apadrinhado seu. É que de acordo com as avaliações, a eleição hoje estaria entre Wilson Lima e o senhor Rogério Rosso. E aí fica mais fácil entender o que estou dizendo.

Defendi que tentássemos alterar os critérios definidos pela Mesa da Câmara, no sentido de que pudéssemos encontrar alguém não-contaminado por esse vendaval de malfeitos, mas isso parece que não é mais possível. Então, amigos, é aquela história de que tratamos no comentário da semana passada: Que argumentos temos para nos opor com segurança à tese da intervenção numa situação destas? Fica quase impossível, não é mesmo?

E entre o diabo e a coisa ruim, eu lavo as mãos e vou rezar muito por nós mesmos! É por isso, amigos e amigas, que insisto na tecla da educação política, algo que este desastroso episódio patrocinado por Arruda e seus seguidores, há de nos legar ao menos como oportunidade de um outro debate sobre como fazer política e sobre o modo de administrar os bens públicos.

Um comentário:

Professor disse...

e o q acontece em nosso pais, tds os dias a festa da poliica.