Depois de duas semanas de greve continua a queda de braço entre banqueiros – sempre acostumados ao lucro fácil e farto – e os bancários, hoje um retrato meio desbotado do que já representaram num passado recente em termos de poder de barganha e de impacto econômico na sociedade, face, sobretudo, aos altíssimos investimentos feitos em teclnologia bancária de informatização ou da chamada reestruturação produtiva do capital.
O que salta aos olhos, no entanto, desse justo movimento, é um afrontoso desrespeito por parte dos banqueiros e governo federal – o efetivo patrão no caso dos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), quando em vez de sentarem à mesa e apresentarem uma proposta decente, especialmente no sentido de contemplar o descalabro de um piso salarial baixíssimo, em detrimento de salários várias vezes superiores nas camadas mais antigas de cada empresa.
E o pior, é que são estes novos trabalhadores, os condutores do peso de uma jornada que não é respeitada, de desenvolverem as mesmas tarefas e, muitas vezes, de forma explorada muito superior aos funcionários mais antigos, com salários infinitamente irrisórios, se comparados á média salarial das empresas.
Os bancos públicos hoje, tornaram-se tão-somente iguais aos Bancos privados, especialmente na exploração de mão-de-obra e no desrespeito, não obstante os lucros astronômicos que independente da cor dos governantes continuam a auferir.
Por isso, porquanto ex-representante honroso dessa digna e lutadora categoria, e também enquanto dirigente do meu partido o PPS no Distrito Federal, envio daqui meus sinceros cumprimentos e manifesto o desejo de que a greve possa resultar em melhorias efetivas para o conjunto dos bancários em todo o país e que a luta possa recuperar para os bancários o sentido da solidariedade e da equidade para diminuir o fosso entre salários iniciais e a média salarial que atualmente é praticada, principalmente nos bancos públicos.
Salve a luta de todos os trabalhadores por melhores e mais justas condições de vida!
Devemos nos acomodar diante das desigualdades ou ainda vale a pena lutar?
Há quem pense que com as modestas conquistas sociais que obtivemos nos últimos anos e com o furor midiático governamental os problemas da pobreza, das desigualdades e dos preconceitos em nosso país foram resolvidos. Não foram, e muito há que ser mudado para que possamos nos considerar um país decente.
Por isso, a partir da próxima semana, abriremos uma coluna ou fórum permanente para o debate das desigualdades e das diferenças sociais na pátria do Pré-sal e da amnésia política.
Vamos debater o assunto?
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