*Chico Andrade
Com todo o respeito que o arquiteto Oscar Niemeyer merece, não dá pra ficar calado diante dessa nova investida que se quer fazer para construir a tal Praça da Soberania, na Esplanada dos Ministérios, algo que, a rigor, já se contrapõe à própria idéia filosófica de soberania, posto não respeitar, conforme dissemos em comentário anterior, à vontade popular dos brasilienses.
As enquetes realizados sobre a concordância ou não da população de Brasília com tal obra revelam que mais de 73 por cento dos pesquisados reprovam a idéia de o governo jogar mais dinheiro público – e é muito dinheiro - em mais uma obra faraônica para adornar a nossa(?) capital das desigualdades.
E parece que de outras obras igualmente questionáveis, sob o ponto de vista das reais necessidades que Brasília e seu entorno reclamam não vamos nos livrar, como é o caso da construção do “novo” estádio de futebol, para abrigar jogos da copa do mundo de 2014, já que a cidade acabou sendo escolhida como uma das cidades-sede do torneio mundial a ser realizado no Brasil.
Ainda que os defensores da tese de que isso irá trazer divisas para o DF insistam em sua idéias, a pergunta que fica posta é a seguinte: e depois da copa, para que vai servir esse suntuoso estádio, já que não se vislumbra um crescimento tão acelerado do futebol local (de suas torcidas), que justifique investimentos tão vultosos como está previsto no projeto?
Por isso, amigos, é hora de reagir e fazer a cidadania acontecer. Se há empresários dispostos a investir na cidade em parceria com o governo, por que não se realiza um debate público sobre os projetos mais urgentes e também mais compatíveis com as dezenas de demandas sociais da população do DF e de suas cidades?
Ouvir o que pensam as pessoas e governar focando suas reclamações e preferências é, ao nosso ver, uma prática mais republicana e, sobretudo, mais respeitante à verdadeira soberania.
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