FOOORA ARRUDA e CASSAÇÃO DE MENSALEIROS – Campanha sem tréguas!

Partidos se afastaram ou não?

É a pergunta que não quer calar, haja vista que a maioria dos partidos que davam sustentação ao deslegitimado governo Arruda, decidiram publicamente se afastar da base, logo depois do estouro dos escândalos do mensalão do DF.

Ocorre, porém,  que o que se vê é algo parecido como uma saída pra inglês ver, uma vez que a imprensa vem denunciando que figuras ligados a partidos como o PMDB, PSDB e PPS, ao se desligarem oficialmente dos cargos que ocupavam, não o fazem de verdade, pois teriam deixado como substitutos nos órgãos onde atuavam, pessoas da sua confiança e filiados aos respectivos partidos, o que contraria frontalmente as decisões tomadas pelas cúpulas das respectivas agremiações. Na Câmara Legislativa, as articulações  em curso para retardar ou quem sabe impedir a instalação da CPI do mensalão dão mostras de que nada mudou na base governista. Alguém pode explicar?

Com a palavra as direções partidárias e sua autoridade.

Câmara Legislativa: boas férias excelências...

Não bastasse o fétido histórico de indecências e imoralidades políticas cometidas ao longo de seus mandatos - da maioria dos deputados distritais -, nossos “bravos”, éticos e produtivos parlamentares conseguiram aprovar o Orçamento para 2010, empurraram com a barriga a decisão sobre a CPI do mensalão de Arruda e enrolaram sobre a instalação de processo interno para cassação dos envolvidos diretos na trama dos panetones candangos.

E de quebra, é claro, vão agora tirar um bom recesso, afinal eles merecem, não é gente... Só retornarão dia 11 de janeiro. Enquanto isso, quem sabe, e com as articulações dos bastidores, os ânimos dessa galerinha boba que ainda protesta por qualquer coisa, - coisa normal, dizem alguns - serenaram e pronto. Vamos seguir em frente e “deixar os homens trabalhar”, “minha gente”. Que vergonha, meu Deus!!!. Depois ainda querem reclamar quando os elogiamos de mercadorias baratas...

E depois dos panetones, Arruda quer fazer história como “O generoso”

É isso mesmo, gente, se há algo que Arruda tem de sobra é coragem, pena que não o suficiente para imitar personalidades públicas orientais quando caem em desgraça política, ou mesmo seguir o exemplo do nosso saudoso Getúlio Vargas. Era querer muito...Mas vejam, depois de passar duas semanas enclausurado, ele resolve fazer uma reunião com seu “novo” secretariado, dar ordens, conceder aumentos salariais (que bom!) generosos, e para a  Polícia Militar, Arruda resolveu pagar - o que estava programado para ser feito em parcelas -  integralmente todo o saldo de atrasados referente à gratificação de risco de vida. Terá isso alguma coisa a ver com a fidelidade demonstrada pela tropa, que reprimiu violentamente os protestos da semana passada em frente ao Palácio do Buriti?  Parece a  repetição de um filme, lembram de Roriz e sua aliança com a Polícia Civil no passado? Eta homi bão, gente!!!

Será que estão certos os seus seguidores e amigos quando clamam para “deixar o homem trabalhar”? A gente já viu esse bordão antes, lembram do mensalão do PT e de Lula? Isso tudo é ainda muito mais perigoso e degradante para a cidade, para os que fazem da democracia um instrumento de mudanças e para o futuro do país e de nossa gente.

Sem perdão para a corrupção e pra quem se vende!

Apesar de um verdadeiro bloco de cinismo humano que começa a se espalhar pela cidade manifestando sua condescendência e amealhando um novo perdão para Arruda e seus aliados de mentira e desvios éticos, não podemos arrefecer na luta. Ou avançamos na campanha de ampliar os protestos para ganhar as pessoas pelo civismo ou eles vão ficando e ficando... De minha parte, me entristeço e lamento, sobretudo, por ser filiado ao PPS, que rompeu com esse governo, tão logo desvendaram-se os escândalos, mas ainda não se incorporou, de fato, aos movimentos da cidadania pelo impeachment do governador e pela cassação dos mensaleiros.

Corro o risco de desagradar a algumas claudicantes figuras, mas, todos sabem, faço política como educação, e não como um seguidor de olhos vendados ou um simples beneficiário. Para um erro político desta dimensão – uma traição! - não há como transigir; isso não é uma questão de “ser humano” ou de compaixão, mas de ser ou não ser um cidadão, que luta por uma cidade e um país mais decente e justo. Neste momento, que considero ideal para aprendermos um pouquinho mais sobre educação para a democracia, não cabe outra que não uma autêntica e coletiva atitude de devoção pública, repudiando veementemente essa tragédia política que abateu moral e politicamente nossa cidade, e de denunciar qualquer tentativa daqueles que, na surdina e ardilosamente, se articulam para, baixando a poeira, deixarem as coisas como estão.

Não, não e não! Arruda, Paulo Otávio, deputados distritais vendidos e mais quem quer que tenha participado dessa farra com o dinheiro público, ainda que argumentem uma suposta trama comandada pelo seu ex-chefe Roriz, o primeiro, de fato, protagonista desta aberração, nenhum deles tinham o direito de fazer o que fizeram conosco e com a cidade. Por isso, vamos continuar e intensificar a pressão, do contrário, passa o natal, vem o ano-novo, os recessos de janeiro e depois vem o carnaval. E aí fica por isso mesmo. Repito, não podemos misturar nossos mais nobres sentimentos de solidariedade ou de fraternidade, ainda mais neste momento de festas cristãs. Não creio que Deus quisesse nossa conivência com isto...